A união faz a força na rotina de trabalho da Guarda Municipal – 35 anos

Trabalho em equipe é essencial na atividade de segurança. Foto: Ricardo Deverson/Guarda Municipal

“Quem gosta do que faz, não trabalha nem um dia”. A sentença é da guarda municipal Amanda Regina Milek, que compõe a equipe no núcleo do Boa Vista da corporação. Neste mês em que a Guarda Municipal completa 35 anos de existência, seus servidores dão início a uma série em que compartilham histórias e relembram acontecimentos marcantes da carreira.  

“Eu amo o que faço. Sinto fazer a diferença na sociedade quando estou em serviço”, conta a profissional, que trabalha no plantão do núcleo regional da GM, onde promove a comunicação entre agentes em patrulhamento nas ruas, auxilia nas documentações de ocorrências, faz patrulhamento na Rua da Cidadania do Boa Vista e proximidades. 

O dia a dia na GM é conviver com o inesperado e de forma integrada com os demais colegas, conta ela, que mora próximo do local de trabalho, conhece as pessoas que habitam e frequentam a região. “Cada plantão tem alguma coisa diferente. Não estou no trabalho sozinha, adoro trabalhar em equipe. A instrução do supervisor  é fundamental para resolução de qualquer conflito”, completa Amanda. 

Integração entre as forças de segurança

A integração durante o trabalho destacada por ela se estende na troca de informações e de apoio das polícias na atividade de proteção e repressão a crimes. Um exemplo relembrado pelo núcleo do Boa Vista aconteceu no ano de 2018.

Pouco depois do Natal daquele ano, guardas em ronda ouviram gritos de socorro vindos de um casal vítima de roubo em frente à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) na Avenida Paraná. Dois indivíduos tentaram fugir em um veículo roubado e, ainda, atropelar um dos guardas. A equipe precisou reagir e o motorista foi ferido no braço por um disparo de arma de fogo. O outro fugiu depois de jogar uma faca e foi preso logo depois por uma equipe da Polícia Militar.

Em outra ocorrência, em outubro de 2018, os guardas viram um acidente de trânsito de pequenas proporções nos arredores do bairro Tingüi e pararam para prestar apoio. Um dos envolvidos tentou fugir até bater em outro veículo. O motorista estava alcoolizado e com um simulacro de arma de fogo.

Policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) que passavam pelo local informaram que aquele veículo tinha sido usado em um roubo. No interior do carro havia uma bolsa com pertences e documentos, fruto do crime cometido perto do terminal de ônibus do Boa Vista.

Memória

Foi em agosto do ano passado que guardas do Grupo Tático de Motos (GTM) atenderam a uma das ocorrências dos últimos meses mais relembradas pela equipe do Boa Vista. Após o furto de uma motocicleta, um cidadão pediu apoio dos guardas no Bairro Alto. A dupla suspeita não obedeceu à ordem de parada e, com a moto em movimento, se jogou do veículo tentando escapar a pé.

Um deles entrou em um Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) com uma chave de fenda usada para cometer o crime. Os suspeitos foram contidos e, ao voltar ao local da ocorrência, os guardas encontraram outros dois motociclistas que relataram a tentativa de furto contra seus veículos, que estavam com o miolo da chave danificado.

A repressão a uma série de assaltos no túnel do Parque Tanguá, no ano de 2003, é outra ação destacada pelo guarda municipal Rinaldo Jovanuzzi, integrante da corporação há três décadas. “Montamos um serviço de campana em meio às árvores e outros colegas continuaram o patrulhamento a pé ou de motocicleta. Ficamos alguns dias dentro da mata até o flagrante”, relembra.

Raio-x do Boa Vista

Vastas áreas verdes, compostas por parques e bosques, e a maior concentração de habitantes da cidade, residentes em 12 bairros. Este é o panorama que norteia o trabalho dos guardas municipais do núcleo Boa Vista, na região norte da cidade, e que se reflete nas ocorrências atendidas. Foram 62 atendimentos a casos de queimadas a céu aberto e outras 12 de pesca proibida, no primeiro semestre do ano.

Foi também ali, nas margens do Rio Atuba, que os fundadores de Curitiba se instalaram, na região que deu nome ao bairro. Em tempos de pré-pandemia, o Parque das Pedreiras (Pedreira Paulo Leminski e Ópera de Arame) provocava muito agito e concentração dos guardas antes, durante e depois da realização de grandes eventos, como a Fifa Fun Fest durante a Copa do Mundo de 2014, conforme relembra o inspetor José Carlos Fantinato, responsável pela coordenação dos trabalhos da GM no núcleo e morador da região. 

“Trabalhar na regional me traz um sentimento de pertencimento e sr um guarda municipal me permite proteger as pessoas, ajudar, orientar. Penso sempre na importância e na confiança quando fazemos nosso trabalho e que devemos contribuir para uma sociedade melhor”, afirma o inspetor, integrante da GM desde a terceira turma de formação, há mais de 31 anos.

Também é no Boa Vista que estão instaladas várias emissoras de rádio e TV e onde está o único aeroporto da capital, o do Bacacheri. Localização dos pontos turísticos já consagrados, como o Parque Tanguá e o Bosque Zaninelli (onde fica a Universidade Livre do Meio Ambiente), o Boa Vista abriga anexo ao Parque São Lourenço o recém-aberto Memorial Paranista, espaço com obras do escultor João Turin.

Todos os espaços são cuidados pela GM, além do atendimento em situações diversas, conforme destaca a administradora regional Janaína Lopes Gehr. “A Guarda é a primeira a ser chamada nos locais que estão passando por alagamentos”, destaca.

“Gostaria de cumprimentar a Guarda Municipal por esses 35 anos e agradecer por toda a parceria. Desenvolvemos várias ações integradas, como em invasões em terrenos do município, em situações de acumuladores junto da Saúde e da FAS. Eles nos trazem segurança e tranquilidade para agir.”

Números

No primeiro semestre deste ano, os guardas do Boa Vista atenderam a outras 29 ocorrências de perturbação do sossego, fizeram a entrega emergencial de lonas a 18 residências atingidas por chuvas e vendavais e abordaram 92 pessoas suspeitas.

Foram prestados 60 atendimentos de socorro e salvamento, além de 31 em casos de violência contra a mulher, três contra idosos e um contra criança. Por descumprimento nas medidas protetivas impostas pelo Poder Judiciário, 16 agressores foram presos.

Deixe uma resposta

Next Post

COLÉGIO ESTADUAL CÍVICO-MILITAR SEBASTIÃO SAPORSKI – ENSINO PÚBLICO DE QUALIDADE

O ensino público na Região da Colônia Abranches se inicia com a construção de uma Escola para atender as Colônias, Abranches e Pilarzinho, que foi mandada construir pela Presidência da Província em março de 1874. Por decreto, em agosto de 1875 o Império do Brasil, através do seu Ministério da […]
%d blogueiros gostam disto: