No domingo, 30 de agosto de 2025, após a celebração da Santa Missa dominical, a comunidade da Igreja Matriz Sant’Ana de Abranches, em Curitiba, viveu um momento especial. O artesão e maquetista Pedro Kochanny Mendes, filho da comunidade, presenteou os fiéis com uma linda e detalhada maquete do templo, agora incorporada ao patrimônio da paróquia.

Em conversa com a reportagem, o autor contou as motivações, o processo artesanal e o significado pessoal de sua obra.
“A Igreja Santa Ana de Abranches faz parte da história da minha família há gerações. Foi diante do seu altar que meus tataravós pioneiros poloneses, Pampuch, Thomaszewski e Kochanny, além dos bisavós, se casaram. Também foram abençoados pelo matrimônio diante de Deus meus avós, meus pais, minhas tias e, recentemente, meu irmão. Cada casamento celebrado ali representa um testemunho da fé e da tradição que atravessou o tempo e uniu a nossa família sob o mesmo teto sagrado.
Movido por esse vínculo afetivo, pela admiração pela arquitetura da igreja e por estar fazendo a catequese para adultos, pois pretendo também ali casar-me, decidi construir uma maquete em homenagem a ela. O projeto nasceu de uma ideia simples: preservar uma memória que sempre esteve presente na minha vida.
A execução, porém, exigiu dedicação, paciência e muito amor. Todo o trabalho foi realizado no meu ateliê, que fica na parte externa da casa, em um espaço simples, onde passei muitas horas nas noites frias do inverno de 2025, esculpindo, pintando e ajustando cada detalhe.
Foram cerca de 100 horas de trabalho, desde a fotogrametria feita com drone — que permitiu capturar as proporções exatas da igreja real — até o encaixe da última peça da maquete. Cada parte da estrutura foi pensada com cuidado: a torre, as janelas, o telhado. Não houve manual nem passo a passo — apenas a intuição, a observação, a fé e o desejo de recriar algo que carrega tanto significado para mim.
Mais do que uma reprodução em escala, a maquete representa a ligação entre arte, fé e memória. É uma forma de eternizar a presença da Igreja Santa Ana de Abranches não apenas na paisagem de Curitiba, mas também na história viva da minha família.
Trabalhar nela foi, ao mesmo tempo, um desafio técnico e uma experiência emocional profunda — como se, a cada detalhe concluído, eu revivesse um pouco das histórias e dos momentos que marcaram tantas gerações.”

A entrega da maquete foi marcada por emoção e gratidão, tanto por parte do artista quanto dos membros da comunidade. A obra agora ocupa um lugar de destaque no espaço paroquial, simbolizando a união entre devoção, arte e memória familiar, um testemunho vivo da fé que atravessa o tempo e continua inspirando novas gerações.


