A Câmara Municipal de Curitiba (CMC) aprovou, na sessão desta terça-feira (11), denominação de logradouro público da capital como Jairo Marcelino da Silva. A homenagem póstuma ao decano, falecido no dia 20 de outubro, aos 77 anos de idade, por complicações da Covid-19, foi assinada por 17 vereadores. Com 37 anos ininterruptos de mandato, Marcelino era chamado pelos colegas de “professor”.
Com 27 votos favoráveis, 1 contrário e 4 abstenções, a proposta de lei retorna à pauta, nesta quarta (12), para a análise em segundo turno (009.00026.2020). Segundo Sabino Picolo (DEM), Jairo Marcelino foi o vereador com mais mandatos em Curitiba e um dos mais longínquos do país. “Uma pessoa honesta, trabalhadora, comprometida com a cidade, com aquilo que ele se propôs. Foram 37 anos e 10 meses na Câmara Municipal, defendendo a cidade, defendendo as pessoas. Vereador da região norte, representava muito bem os taxistas, os motoristas, os cobradores de ônibus, os motoristas de vans”, disse o parlamentar, que presidiu a CMC no biênio 2019-2020.
“Ao longo da vida dele, aprovou 379 projetos. Jairo Marcelino merece todo o nosso respeito como pessoa, como pai de família, como vereador”, acrescentou Picolo. “Quando aconteceu o falecimento do Jairo, eu conversei com o prefeito Rafael Greca para que a gente escolhesse um lugar muito bom, um lugar maravilhoso, par perpetuar o nome do Jairo, a história que o Jairo fez na cidade.”
Presidente da CMC, Tico Kuzma (Pros) estendeu a homenagem a todas as vítimas da Covid-19. “Se não fosse o vírus, temos a certeza que ele ainda estaria com a gente, fazendo seu trabalho na defesa de diversas categorias, da cidade de Curitiba”, pontuou. “Acho que o grande legado do vereador Jairo também é sua família, que já criou um instituto visando continuar sua história e ajudar as pessoas”, destacou o vereador. O Instituto Jairo Marcelino foi um dos primeiros doadores à campanha Abrace Curitiba, lançada em abril.
“Uma pessoa que eu aprendi a conhecer. Que veio como chofer de ônibus, cobrador, e tantos outros trabalhos que desenvolveu. O Jairo ajudava os humildes, os necessitados. Sou testemunha de tudo isso que ele desenvolveu”, lembrou Tito Zeglin (PDT). De acordo com ele, o vereador foi um dos responsáveis pela implantação do Ônibus Turismo em Curitiba, no começo da década de 1990.
Também morador da região norte da capital, Leônidas Dias (Solidariedade) destacou “a importância de perpetuar o nome deste batalhador pela cidade”, uma das mais de 420 mil vítimas da Covid-19 no país. “O Jairo teve uma representação extraordinária em toda a cidade, mas tinha a região norte no coração. Um ferrenho defensor dos taxistas, dos profissionais do transporte. Também teve uma destacada defesa do esporte amador. Era tido como um rei aqui na nossa região, até mesmo pela equipe do Combate Barreirinha, pelo qual ele por muitos e muitos anos ajudou”, afirmou.
Ezequias Barros (PMB), Mauro Bobato (Pode) e Zezinho Sabará (DEM) lembraram da recepção de Jairo Marcelino em seus primeiros mandatos. “Meu carinho a toda a família. E ao legado que deixa a motoristas, cobradores, taxistas, pessoal das vans”, disse Barros. “É inegável a contribuição da família Marcelino”, observou Bobato. “O Jairo usou daquela humildade que ele tinha para ensinar muitas coisas. Deu muitas dicas, até em projetos de lei. Me ensinou bastante”, agradeceu Sabará.
Para Serginho do Posto (DEM), que retornou às sessões plenárias na semana passada, após se recuperar da Covid-19, “o Jairo foi uma pessoa que se dedicou plenamente a seus mandatos”, trazendo diversas conquistas à população. “A cidade conta sua história. E o Jairo fez parte da história da cidade de Curitiba.”
Pier Petruzziello (PTB) leu um texto em homenagem a Marcelino. “A história se constrói ao longo do tempo, certo que aqueles que viveram, e não apenas passaram, marcaram seu tempo e seu nome”, disse ele, em um trecho da mensagem. “O Jairo era trabalhador, amigo de todo mundo. Mais que justa essa homenagem”, acrescentou Sidnei Toaldo (Patriota).
“Um vereador amado até hoje por muitos segmentos, como os taxistas”, comentou Alexandre Leprevost (Solidariedade). “Venho aqui com toda a humildade do mundo encaminhar [o voto favorável]”, pediu o primeiro vice-presidente da CMC. Ele sugeriu que os vereadores que costumam ser contrários às denominações, em especial às não especificadas, conforme debates que vêm sendo realizados na Casa, se abstivessem, mas não fossem contrários à homenagem.