Como funciona o monitoramento e cuidado com as árvores da cidade

Quem vê as 330 mil árvores em vias públicas de Curitiba não faz ideia da complexidade do trabalho de manutenção delas. Foto: Ricardo Marajó/SMCS

Quem vê as 330 mil árvores em vias públicas de Curitiba, além das que estão nas praças e unidades de conservação, não faz ideia da complexidade do trabalho de manutenção delas. Importantíssimas em tempos de mudanças climáticas – já que garantem conforto térmico, sombra, abrigo à biodiversidade e “sequestro” de carbono – seu plantio e preservação estão entre os serviços mais relevantes da cidade.

O plantio vem sendo garantido pelo Desafio 100 Mil Árvores para Curitiba com grande apoio da população, que busca mudas gratuitas mensalmente em todas as regionais para deixar mais verde os terrenos da cidade. “Neste momento, já pensamos na estrutura urbana para suportar determinadas espécies”, explica o diretor de Produção Vegetal da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, José Roberto Roloff.

Ele conta que, ao pegar uma muda para o plantio, o munícipe deve informar o local. “Não vamos disponibilizar uma árvore que pode crescer muito em uma via que tenha fiação elétrica e de telefonia, drenagem, água e esgoto ou cujas raízes possam ultrapassar a linha do passeio disponível”, exemplifica.

Essa também é a premissa dos plantios feitos pelo departamento, que atualmente trabalha na abertura de berços para continuar o corredor de ipês coloridos das avenidas João Gualberto e Paraná, entre o Juvevê e o Santa Cândida.

Monitoramento

Depois de plantadas, as equipes do Horto Municipal da Barreirinha fazem vistorias para garantir o crescimento saudável das mudas lá produzidas. Nas visitas são observadas mudas que estejam sem tutores (bastão de madeira que sustenta e protege de quebra), amarrios e protetores. 

“Também fazemos a adubação do solo, quando necessário, e observamos e solicitamos a remoção de árvores que estejam desvitalizadas”, explica o engenheiro agrônomo Roberto Salgueiro, responsável pelo Horto da Barreirinha, de onde vêm as mudas.

Outra preocupação das equipes é com o espaçamento entre as mudas plantadas, que deve ser de acordo com o porte de cada espécie. “Isso acontece para não atrapalhar a visibilidade, elas devem estar a dois metros de entradas e saídas de veículos e atrás de placas de sinalização”, completa Salgueiro.

Quem vê as 330 mil árvores em vias públicas de Curitiba não faz ideia da complexidade do trabalho de manutenção delas. Foto: Ricardo Marajó/SMCS

Podas e cortes em áreas públicas

Parte das árvores que estão nas ruas foram plantadas antes de algumas mudanças urbanas significativas, por volta da década de 1970. Vias que foram alargadas para que o trânsito crescente de veículos pudesse fluir melhor, novos serviços de telefonia e internet, que aumentaram a quantidade de postes e fiação, por exemplo. 

O Departamento de Produção Vegetal, responsável pelo plantio e monitoramento delas, tem os levantamentos de onde encontram-se as mais antigas e de maior porte e acompanha seu desenvolvimento periodicamente. O mesmo trabalho é feito nos parques e nas praças da cidade, pelo Departamento de Parques e Praças.

Os trabalhos de manutenção incluem podas, seguindo critérios técnicos para minimizar, ao máximo, riscos de queda e danos, caso aconteçam.

A poda consiste na eliminação de ramos ou partes de ramos, com o objetivo de proporcionar uma estrutura adequada à planta e equilibrar sua frutificação e seu crescimento, e também é recomendada para reduzir os conflitos da árvore com a rede elétrica ou telefônica. 

O corte (retirada) de árvores em logradouros públicos é feito quando o estado fitossanitário da árvore justificar – ou seja, houver comprometimento da saúde, com o aparecimento de pragas ou doenças que possam causar risco de queda iminente. 

Ajuda da população

Os curitibanos que passam pelas vias e logradouros públicos podem informar quando virem situações que podem representar riscos de queda de árvores. Essa solicitação vai ser feita por meio da Central 156 – pelo telefone, site ou aplicativo. Conforme o local em que a árvore está, o protocolo será distribuído para o Departamento Responsável, que vai analisar a necessidade de intervenção.

“É importante ressaltar que nem sempre vai ser preciso e que, em alguns casos, uma poda sem a real necessidade e feita em desacordo com os padrões, pode representar mais risco”, explica o diretor de Produção Vegetal. “E que uma queda nem sempre vai ser causada por falta de poda. As árvores são seres vivos e estão sujeitas a agentes externos e intempéries, como chuvas e ventos fortes”, completa.

Em áreas particulares  

A necessidade de podas normais em árvores plantadas dentro de terrenos privados não precisa de autorização do município. Podas maiores e a supressão devem ter anuência da Secretaria do Meio Ambiente.

O pedido deve ser protocolado on-line junto à secretaria, que vai encaminhar um técnico para avaliar a necessidade. O serviço vai ser contratado pelo solicitante, caso autorizado.  
 

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