Em alusão ao Dia Internacional de Conscientização sobre o Ruído, a Assembleia Legislativa do Paraná realizará, no dia 5 de maio, às 9h30, uma audiência pública dedicada à discussão dos impactos da poluição sonora na saúde e na qualidade de vida da população. A iniciativa é do deputado estadual Luiz Claudio Romanelli (PSD) e reunirá especialistas, representantes de Conselhos Comunitários de Segurança (Consegs), autoridades e membros da sociedade civil.
A exposição contínua a ruídos intensos pode gerar uma série de efeitos nocivos à saúde, como distúrbios do sono, problemas cardiovasculares, metabólicos e prejuízos cognitivos — sobretudo em crianças e idosos. Segundo dados apresentados pela organização do evento, sons acima de 65 decibéis já são suficientes para desencadear reações adversas no organismo humano.
Grupos vulneráveis e consequências diretas
Entre os grupos mais afetados estão pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), que frequentemente apresentam hipersensibilidade auditiva. Nesses casos, ruídos comuns podem ser percebidos como dolorosos, provocando crises de ansiedade, comportamentos de fuga ou autolesão.
Idosos também figuram entre os mais vulneráveis: a poluição sonora pode intensificar problemas cardiovasculares e cognitivos, além de comprometer o sono e a concentração. Já no reino animal, tanto espécies domésticas quanto silvestres são altamente sensíveis ao barulho. Episódios de estresse severo, convulsões e até paradas cardíacas são alguns dos riscos associados.
Preocupações comunitárias e segurança pública
Os Consegs têm demonstrado preocupação com o crescimento de eventos e atividades barulhentas promovidas por entes públicos e privados. Segundo esses conselhos, bares e festividades frequentemente autorizados pelas prefeituras e pelo governo estadual são apontados como fontes recorrentes de ruído excessivo, afetando diretamente o sossego e a saúde da população.
De acordo com o Manual de Segurança Comunitária elaborado pelos próprios Consegs, atitudes preventivas simples por parte da comunidade podem reduzir significativamente tanto a poluição sonora quanto a incidência de delitos.
Mobilização e participação
A audiência pública visa fomentar um debate qualificado sobre políticas públicas de controle de ruídos urbanos e formas de mitigar seus efeitos. A Assembleia Legislativa convida a população a participar e contribuir com propostas para tornar os ambientes urbanos mais silenciosos e saudáveis.
O evento é aberto ao público e será realizado no Plenário da Assembleia, em Curitiba.