FAMILIA BUNIK DA COLÔNIA DONA CRISTINA A PIONEIRA NA COLÔNIA ABRANCHES PARTE I

Família do casal Mariza e Paulo, filhas e netos

O fluxo imigratório para povoação das novas colônias no sul do império brasileiro estava intenso nos idos da década de 70 do século XIX, e a Companhia de Colonização de Hamburgo, com sede no Porto de Hamburgo na Alemanha, era a mais atuante, pois havia sido constituída em 1848 com o objetivo principal de povoar as terras do dote da Princesa Dona Francisca, irmã de Dom Pedro II, as quais compreendiam a maior parte do território do nordeste da então Província de Santa Catarina, criada desde 28 de fevereiro de 1821.

Não por acaso, um dos principais acionistas de dita Companhia Colonizadora era o próprio esposo da Princesa Dona Francisca, o Príncipe de Schönburg-Waldenburg e François de Orleans, titulado como Príncipe de Joinville, além de vários outros investidores da Alemanha.

A partir de 1852 inicia o direcionamento de migrantes da Europa para a Colônia Dona Francisca e pudemos observar em nossas pesquisas que, polacos da mesma região daqueles que haviam transmigrado para a Colônia Pilarzinho em 1871, e das listas constantes dos colonizadores da futura Colônia Abranches, passam a chegar na Dona Francisca a partir de abril de 1873, os Dubiela, Dolata, Czerwinski, Grabowski, Kalinowski, Kowalski, Skrocki, Novakowski, Kucek, os islandeses, Reikdal, Jonsson, Joakinsson, Sonddal, Barddal e várias outras famílias.

A 08 de maio de 1873, parte desde Hamburgo com destino à Colônia Dona Francisca, em viagem custeada pelo Governo do Império como “incentivo à colonização”, o vapor Gutemberg, comandado pelo Capitão Braren, chegando no Porto de São Francisco/SC, em 12 de julho, com 230 novos imigrantes a bordo, a maioria vinda da Zona rural de Opole, Região da Silésia, então Polônia ocupada pelo Reino da Prússia.

Entre os passageiros desse grupo se encontrava o casal Berta e August Bunik, com 24 e 28 anos respectivamente. Assim como os demais, estes polacos também se instalam em terras da Região da atual Joinville, onde nasce o primeiro filho do casal João Sebastião Bunik. Acontece que estas levas de polacos, já haviam saído da sua terra natal ocupada pelos alemães onde eram oprimidos, e ao se instalarem em colônias controladas por estes, que eram maioria absoluta, os constrangimentos continuaram. Somado a este problema, na nova terra tinham atritos constantes com os indígenas que habitavam a mesma região, pois eram os donos primitivos do lugar, além das infestações de insetos tropicais e alta temperatura do nível do mar.

Ao se fortalecerem pela chegada de outras famílias da sua zona na Polônia e uma meia dúzia de islandeses que viajaram junto desde Hamburgo com destino a essa colônia e também não gostaram do nordeste catarinense, os polacos e islandeses subiram para Curitiba e se instalaram nas Hospedarias de Imigrantes,  passando a forçar o Governo da Província do Paraná, que interessado, mandou a Câmara Municipal de Curitiba, no início de novembro de 1873, medir lotes de sua propriedade e distribuir aos novos colonos polacos e islandeses. Assim nasceu a Colônia Abranches, em homenagem ao Presidente da Provincia, Dr. Frederico José de Araujo Abranches, com Lei votada dia 10 de novembro de 1873 e noticiada ao homenageado, dia 11 do mesmo mês.

A família Bunik inicia a sua nova história, agora em terras curitibanas, e o casal Berta e August lavradores que eram, de origem, logo sentem que o lote destinado a eles era muito pequeno, então passam a estimular os filhos a novas profissões. João Sebastião, o primogênito facilmente aprende a profissão de construtor, casa-se com Anastácia e adquire um bom pedaço de terra nas proximidades da igreja da colônia.

Francisco Bunik

Do matrimônio de João Sebastião Bunik e Anastácia nascem os filhos, Francisco, aos 06 de dezembro de 1903, posteriormente Maria que se dedicou a alta costura, trabalhou a vida inteira para a família Leão do Alto da Glória, nasceram também, Ana, Afonso e Bernardo.

Dona Maria Bunik, como foi conhecida por todos teve grande participação também na vida social e religiosa da colônia. Foi ela a maior incentivadora e primeira presidente do Gremio Jasmin, da Sociedade de Ajuda Mútua Rei Ladislau Jagielo, atual Sociedade Cultural Abranches, foi membro atuante ainda no movimento católico Pia União das Filhas de Maria, além de ter participado sempre como uma das coordenadoras das decorações da Igreja Sant’Ana para festas.

Francisco, casado com Tereza Fugiatto, o primeiro filho de João Sebastião Bunik, também se dedica à construção civil e possuíram os filhos, Iriano, Eduardo e Paulo, nascido aos 06 de outubro de 1939.

Iriano foi sapateiro e teve os filhos Luiz e Carlos. Eduardo foi construtor e posteriormente motorista profissional, teve os filhos, Paulo, Beatriz, Wanderlei, Eduardo Junior, Adriana e Giovana.

Paulo, casado com Mariza Tulio, tem as filhas, Danieli, Tania Mara, Claudia e Ana Paula, além dos netos, Paulo e Yasmin.

Paulo Bunik, foi coroinha, pintor de túmulos, acólito na catedral, dançarino de folclore polaco, coralista, ator, liderança comunitária na Igreja Sant’Ana de Abranches, dirigente da Sociedade Abranches em várias funções, pintor de igrejas, comerciário, e ainda é um dedicado chefe de família. Porém para fazermos justiça a este baluarte da Colônia Abranches, contaremos na próxima edição

Carinho e reconhecimento do Prefeito Rafael Greca de Macedo pelo polaco Paulo Bunik
Marco do clã dos Bunik – 1ª residência no Bairro
Membros do Coral Sant’Ana de Abranches em viagem a Imbituva PR
Paulo Pres SOBA
Peça Paixão de Cristo na Sociedade Abranches

, porque então poderemos contemplar as participações do nosso biografado e de todos os seus companheiros que fizeram parte da sua linda história de vida na comunidade.

 

 

Colaboração: Volnei Lopes

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